O fluxo de imigrantes, principalmente de origem venezuelana, tem se tornado cada vez mais notável nas cidades catarinenses, com destaque para São Miguel do Oeste. A chegada expressiva dessas pessoas reflete-se no cotidiano local, inclusive nas escolas, onde mais de 30% dos estudantes são imigrantes em algumas instituições. Essa realidade inspirou projetos de pesquisa apoiados por leis de incentivo à cultura.
Terezinha Osmari Bagatini, proprietária da Editora Mais Que Palavras, revela que as pesquisas sobre imigrantes em busca de melhores condições de vida em São Miguel do Oeste tiveram início em 2023. Em 2024, o trabalho ganhou maior amplitude, resultando na publicação de um livro digital.
O projeto foi viabilizado por meio de dois editais culturais: o primeiro aprovado pelo Edital de Chamamento Público da Lei Paulo Gustavo e o segundo pela Lei Aldir Blanc, ambos lançados pela Prefeitura Municipal de São Miguel do Oeste em parceria com a Secretaria da Cultura e Esporte do município.
Na primeira etapa, Terezinha contou com a colaboração do escritor Claudemir Luiz Parmigiani. Já na segunda fase, a escritora e pesquisadora Maria Inês Frozza integrou a equipe. O projeto também contou com a assessoria metodológica de Maurício Peccin, cuja experiência em pesquisas perpassa tanto a área acadêmica quanto a social, trabalhando com marcas e institutos internacionais.
Fotógrafo: Paulo Marcio Kunzler. Local das imagens: EEB Dr. Guilherme José Missen, tiradas no dia 13/11/2024 em evento de lançamento do livro.
O estudo revelou dados surpreendentes sobre o fluxo migratório local. "Constatamos uma chegada frequente de imigrantes que, em sua maioria, relatam boa aceitação na comunidade. Estes novos residentes encontram oportunidades de trabalho, acesso à educação e opções de lazer para si e seus familiares", destacou Terezinha.
Salientou ainda que a integração social dos imigrantes foi observada em diversos setores: escolas, espaços públicos, mercado de trabalho, instituições religiosas e outros ambientes comunitários. Os direitos desses indivíduos são preservados por meio de suporte assistencial, social e educacional. E que a experiência que tiveram demonstra que a imigração pode contribuir positivamente para o desenvolvimento socioeconômico municipal, desde que gerida de forma inclusiva e eficiente.
O estudo, que incluiu pesquisas, depoimentos, análise de dados e reflexões, proporcionou uma visão abrangente da realidade migratória em São Miguel do Oeste, destacando tanto os desafios quanto as oportunidades decorrentes deste fenômeno. Os resultados, agora disponíveis no livro digital, podem contribuir para futuras discussões e ações voltadas à integração e ao bem-estar dos imigrantes na comunidade.
A pesquisa, para a escritora Maria Inez Frozza, revelou que ao chegarem em São Miguel do Oeste os imigrantes procuram por amigos ou conhecidos e estes os informam das condições de acolhimento e auxílio nos primeiros momentos, como obter cesta básica e orientações sobre o mercado de trabalho. Eles têm contribuído com mão-de-obra principalmente nas construtoras e frigoríficos, assim como em supermercados e, aos poucos, atuam também no comercial em geral. A oferta de vagas nas creches e escolas, atendimento na saúde e oportunidades de trabalho e renda disponibilizados, favorece a vinda dos estrangeiros, especificamente haitianos e venezuelanos devido a situação em que está o seu país de origem. Afirmam que aqui encontram apoio, segurança, trabalho, auxílio em suas necessidades, ressaltou Maria.
Para saber mais, acesse o aqui link do livro digital.
ESTE PROJETO FOI CONTEMPLADO NO EDITAL FR CHAMAMENTO PÚBLICO Nº001/2024 - ALDIR BLANC / SÃO MIGUEL DO OESTE/SC.